Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
quinta-feira, 25 de março de 2010
Chega o inverno!
Chega o inverno!
E escorre nas janelas a chuva,
O frio embaçador...
O cinza toma conta das cores opacas.
E as cortinas do céu escuras.
No asfalto molhado o brilho dos postes...
Não queria falar de desejos, mas me lembro dos lábios,
Molhados também!
O tempo não sugere outra coisa...
A vida é, às vezes, apenas um beijo.
E a saudade pra nos dizer que somos escravos.
Escravos do tempo e das vontades...
O frio prepara-nos para o ataúde
E a chuva é como o choro de nossas mortes.
O tempo é este. É mórbido!
O ósculo tépido, nostálgico
É o melhor quadro da memória.
É difícil disfarçar que a vida é como um beijo
Efêmero como o cair da chuva
E eterno como a saudade!
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